sexta-feira, 19 abril, 2024
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Saiba quais são os efeitos da Covid-19 na saúde do homem

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Além de afetar o sistema respiratório, estudos recente revelam que homens que sofrem de casos moderados e graves da Covid-19 podem apresentar alteração na fertilidade. Foram evidenciadas alterações em diversos parâmetros do espermograma, como diminuição do volume do esperma, além de piora na concentração, da motilidade e da morfologia dos espermatozoides.

De acordo com o médico urologista Dr. Dimas Melão, acredita-se que isso ocorra devido a presença de receptores da Enzima conversora da Angiotensina 2 (ACE2) na superfície das células de Sertoli, produtora de espermatozóides, e das células de Leydig , responsáveis pela produção de testosterona, nos testículos.

“Esse receptores ACE2 são os mesmos presentes nos pulmões e rins e que permitem a entrada do coronavírus nas células, levando, assim, a alterações funcionais e a lesões teciduais secundárias ao processo inflamatório”, explicou ele.

Alterações na libido

Segundo o médico uro-oncologista Dr. Cristiano Paiva, pesquisadores tem demonstrado um aumento significativo de novos pacientes com disfunção erétil durante a pandemia – particularmente, homens mais jovens em seus 40 e 50 anos.

“O vírus causa uma intensa resposta inflamatória em todo o corpo, acometendo o coração, o cérebro, os vasos sanguíneos justificando a incidência aumentada da disfunção sexual. Pacientes com COVID grave apresentam baixos níveis do principal hormônio sexual masculino, a testosterona. O trabalho revela ainda perda da libido em 65% dos infectados”, comentou o especialista.

Paiva ressalta, ainda, que algumas hipóteses são levantadas por pesquisas recentes, como a de lesão vascular, lesão das células testiculares, impacto na saúde mental e a saúde geral do deficiente.

Dr. Dimas Melão
Dr. Ítalo Cortez
Dr. Cristiano Paiva

 

 

 

 

 

 

 

 

Tratamento e reversão

A ciência segue em busca de tratamentos específicos para o vírus. Grandes indústrias têm desenvolvido pesquisas clínicas com medicações anti-virais, anti-inflamatórias e até mesmo oncológicas, mas até o momento apenas os corticoides tem se mostrado eficazes na fase aguda da doença.

“Ainda há incerteza se as alterações causadas tanto na formação dos espermatozóides quanto nas lesões endoteliais são reversíveis ou não pois são achados novos e temos apenas um ano de seguimento destes pacientes na maior parte dos trabalhos científicos”, destaca o médico urologista Dr. Ítalo Cortez.

Para Cortez, devido à ausência de medicações específicas para tratar o vírus, o que nos resta é tratar as consequências sexuais causadas pela doença, e para isso um acompanhamento multidisciplinar é de suma importância.

“A psicoterapia para os transtornos mentais, uso de medicações para diminuir a ansiedade, vasodilatadores para aumentar o aporte de sangue para o pênis e terapia de reposição hormonal de acordo com a necessidade de cada paciente”, concluiu.

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