segunda-feira, 29 abril, 2024
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Sensação térmica acima de 40 graus: Riscos para o cérebro, aumento do risco de Alzheimer; como se proteger

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O verão chegou e, com ele, as temperaturas elevadas. É importante lembrar que o calor extremo pode ser prejudicial à saúde, especialmente para o cérebro. No Rio de Janeiro foi registrada sensação térmica de mais de 60 graus, o que coloca em risco a vida das pessoas. 

Em entrevista, o Dr. Fabiano de Abreu Agrela, Pós PhD em Neurociências e indicado membro da Sigma Xi, a sociedade científica mais importante do mundo, explica os riscos do calor para o cérebro e como se proteger.

Efeitos do calor no cérebro

O Dr. Agrela explica que o calor excessivo pode levar a diversos efeitos no cérebro, incluindo:

Aumento da temperatura corporal: A temperatura corporal ideal é de 37 graus Celsius. Quando a temperatura corporal aumenta, o cérebro precisa trabalhar mais para manter o corpo funcionando adequadamente. Isso pode levar a fadiga, tontura, náusea e até mesmo desmaio.

Desidratação: A desidratação pode causar diversos problemas no cérebro, incluindo dor de cabeça, confusão mental e dificuldade de concentração.

Danos às células cerebrais: Em casos graves, o calor excessivo pode danificar as células cerebrais, levando a problemas neurológicos permanentes.

Genética e neurotransmissores:

O Dr. Agrela destaca que a suscetibilidade ao calor pode ter um componente genético. Algumas pessoas têm genes que as tornam mais propensas a sofrer os efeitos do calor no cérebro.

Neurotransmissores: O calor também pode afetar os níveis de neurotransmissores no cérebro, como dopamina, serotonina e norepinefrina. Esses neurotransmissores são importantes para a regulação da temperatura corporal, do humor, do sono e da cognição.

Regiões do cérebro:

O Dr. Agrela explica que o calor pode afetar diversas regiões do cérebro, incluindo:

  • Hipotálamo: Responsável pela regulação da temperatura corporal.
  • Amígdala: Envolvida na percepção de estresse e na resposta emocional ao calor extremo.
  • Córtex insular: Processa informações sensoriais relacionadas à temperatura, incluindo a sensação de dor.
  • Tronco cerebral: Controla funções vitais como respiração e frequência cardíaca, que podem ser afetadas pelo calor excessivo.

Consequências e riscos neurológicos permanentes:

  • Dano cerebral: Em casos graves de hipertermia, pode ocorrer dano cerebral permanente, com sequelas como hemiplegia, afasia e problemas de memória.
  • Doenças neurodegenerativas: Exposição prolongada ao calor excessivo pode aumentar o risco de doenças neurodegenerativas como Alzheimer e Parkinson.

Grupos de risco

O Dr. Agrela destaca que alguns grupos são mais suscetíveis aos efeitos do calor no cérebro, incluindo:

  • Idosos: Os idosos têm mais dificuldade em regular a temperatura corporal e podem ficar desidratados mais facilmente.
  • Crianças: As crianças também têm mais dificuldade em regular a temperatura corporal e podem perder água mais rapidamente do que os adultos.
  • Pessoas com doenças crônicas: Pessoas com doenças crônicas, como diabetes, doenças cardíacas e doenças renais, podem ter mais dificuldade em lidar com o calor.
  • Pessoas com doenças neurodegenerativas: Pessoas com doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson, podem ser mais suscetíveis aos efeitos do calor no cérebro.

Como se proteger do calor

O Dr. Agrela oferece algumas dicas para se proteger do calor:

  • Beba bastante água: É importante beber água mesmo que você não esteja com sede. A quantidade ideal de água varia de acordo com a idade, peso, nível de atividade física e temperatura ambiente.
  • Evite atividades extenuantes no calor: Se você precisa fazer atividades ao ar livre, faça-as no início da manhã ou no final da tarde, quando o sol está menos intenso.
  • Use roupas leves e frescas: As roupas leves e frescas ajudam a dissipar o calor.
  • Use protetor solar: O protetor solar ajuda a proteger a pele dos raios solares, que podem causar queimaduras e aumentar o risco de câncer de pele.
  • Fique em ambientes frescos: Se possível, fique em ambientes frescos e com sombra.
  • Tome um banho frio ou morno: Um banho frio ou morno pode ajudar a baixar a temperatura corporal.
  • Use um ventilador ou ar condicionado: Um ventilador ou ar condicionado pode ajudar a circular o ar e manter o ambiente fresco.

Em caso de sintomas graves

O Dr. Agrela alerta que é importante procurar atendimento médico em caso de sintomas graves, como:

  • Febre alta: Febre alta pode ser um sinal de desidratação ou de outras complicações graves.
  • Convulsões: As convulsões podem ser um sinal de dano cerebral.
  • Alterações no estado mental: Alterações no estado mental, como confusão ou desorientação, podem ser um sinal de desidratação ou de outras complicações

O calor extremo pode ser prejudicial à saúde, especialmente para o cérebro. O Dr. Agrela ressalta a importância de estar atento à genética individual, pois algumas pessoas podem ser mais suscetíveis. Ao entender como o calor afeta o cérebro, podemos nos proteger melhor.

Siga as dicas mencionadas e, em caso de dúvida, consulte um médico. Lembre-se, a hidratação é fundamental! Aproveite o verão com segurança e sabendo como cuidar do seu bem-estar cerebral.

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