por Dr. Dimas Melão
As vacinas são a principal forma de prevenção para inúmeras doenças, impedindo novas infecções contra determinados patógenos ou evitando as formas graves das doenças. Além da proteção individual, existe uma proteção em nível coletivo, pois a medida que as pessoas vão sendo imunizadas, há menos infecções e menos pessoas transmitindo essas doenças, reforçando a importância do processo de vacinação.
Desde março de 2020 quando a OMS (Organização Mundial da Saúde) declarou pandemia de COVID-19, a comunidade científica mundial iniciou uma corrida em busca de uma vacina eficaz contra essa doença. Embora a COVID-19 seja causada por um novo tipo de coronavírus, o SARS-CoV-2, pesquisas anteriores com outras vacinas contra o coronavírus, como SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave) e MERS (Síndrome Respiratória do Oriente Médio), serviram de base de conhecimento para permitir uma maior rapidez no desenvolvimento da vacina COVID-19.
A pandemia parecia controlada e com os números de mortes com tendência de queda, porém, nos últimos 3 meses vimos esses números aumentarem assustadoramente, com mais de 1000 óbitos por dia. Diante do aumento nos números, a Anvisa liberou em caráter emergencial as vacinas CoronaVac e a vacina de Oxford no último dia 17 de janeiro e para ambas serão necessárias duas doses para a imunização.
Em parceria com o Instituto Butantan, a farmacêutica chinesa Sinovac desenvolveu a CoronaVac, que utiliza “vírus inativado”, que não se multiplica no organismo, mas estimula o sistema imune a produzir anticorpos de memória para defesa. Trata-se da tecnologia mais conhecida e segura para a produção de vacinas e que apresentou uma eficácia geral de 50,38% nos estudos brasileiros, sendo que nenhum dos pacientes apresentou sintomas graves ou óbito relacionado a COVID-19.
Já a vacina da Universidade de Oxford foi desenvolvida em parceria com o laboratório AstraZeneca e seu nome oficial é ChAdOx1 nCov-19. No Brasil, um acordo de transferência de tecnologia possibilitou testes e fabricação pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Esta vacina utilizou uma nova tecnologia, chamada de “vetor viral não replicante”, onde utilizaram um outro vírus (neste caso o adenovírus) contendo material genético do coronavírus, modificado geneticamente para não se multiplicar no organismo e, portanto, incapaz de causar doença, sendo a eficácia nos estudos de 62 e 90%.
Mesmo com o início da campanha de imunização, os cuidados para evitar a disseminação do coronavírus, como distanciamento social, uso de máscaras e higienização das mãos devem continuar até que o controle da doença ocorra de forma efetiva.