domingo, 28 abril, 2024
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Cris Rosenbaum vem a Manaus para planejar edição manauara de sua feira

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Curadora de design, arte e artesanato, Cris Rosenbaum é o nome por trás de uma das maiores feiras do ramo no Brasil, a Feira na Rosenbaum. Em formato de plataforma criativa, a feira, que tem o propósito de “expor a alma brasileira” através do design, é realizada há cerca de 10 anos no eixo Sul-Sudeste do país e neste ano inaugurou sua primeira loja física em São Paulo.

Para os amazonenses, e nortistas de modo geral, a boa notícia é que, ao que tudo indica, os planos iniciais de realizar uma edição da feira na capital já estão sendo feitos. O primeiro passo, vale destacar, é a vinda de Cris Rosenbaum a Manaus na próxima quarta-feira (19), para um brunch, às 10h30, na D.Space (Rua Rio Jutaí, 14, Nossa Sra. das Graças).

O evento, aberto ao público, será uma ótima oportunidade para a curadora fazer novas conexões e já preparar o terreno para a futura edição da feira por aqui. Na entrevista a seguir, Rosenbaum conta os detalhes desse ousado projeto que promete aquecer o mercado manauara.

Primeiramente, qual sua relação com Manaus? Você já veio aqui outras vezes?

Desde os 11 anos que vou a Manaus. Quando criança, ia com meu pai, comprava bonecas Barbie e outras coisas importadas. Costumávamos ficar no Hotel Tropical, que tinha um zoológico maravilhoso. A última vez que fui foi antes do Mercado Adolpho Lisboa estar reformado, na época ele tinha pegado fogo. Como lindo projeto arquitetônico que é, estou muito ansiosa para ver como ficou.

Como surgiu essa parceria com a D.Space e a ideia de trazer a feira para Manaus?

Conheço o André Porto [dono da D.Space] há muito tempo. Ele compra com a gente em São Paulo muitas das peças para sua loja. Como ele é lojista e está sempre participando das nossas feiras, ele sempre brincou com a ideia de realizarmos uma edição em Manaus.

Como em breve estarei em Novo Airão, a propósito de um projeto da Fundação Almerinda Malaquias do qual participo, passarei por Manaus nesse período. Para não dar viagem perdida, o André aproveitou para me convidar a conhecer a loja dele.

Conversa vai, conversa vem, acabou que estamos realmente vendo uma forma de fazer a Feira na Rosenbaum em Manaus. A minha ida agora, portanto, será principalmente para estudarmos um espaço no qual poderemos realizar o evento no ano que vem. Já falei que se ele conseguir um lugar e o mobiliário, consigo trazer gente do Pará, Acre, Rio de Janeiro, Florianópolis, Curitiba e de muitos outros lugares para participar.

Qual sua visão sobre a produção de arte e artesanato no Amazonas?

Eu acho incrível. Infelizmente, muita gente não conhece a Amazônia e isso é um absurdo. Os artistas e artesãos dos outros Estados conhecem Miami, mas não conhecem a Amazônia, e eu dou muita importância para isso.

Uma das artesãs que mais me chama atenção em Manaus, por exemplo, é a Flor Silva, ela faz um trabalho com palha que é incrível. Trabalho também com alguns indígenas da região, principalmente com os Baniwas de São Gabriel da Cachoeira. Outra que é Amazônia pura e faz um trabalho lindíssimo de arte e joalheria é a Barbara Muller.

Você acha que existe um preconceito com a arte e o artesanato amazônico? O que falta para ‘expandirmos os negócios’?

O público, tanto local, quanto de outros estados, tem muito interesse em consumir essa produção, que é tão rica em madeira, palha, sementes e tantas outras matérias primas. O que complica, contudo, é a distância, conheço muita gente que é louca para ir a Manaus, mas o preço da passagem dificulta.

Manaus tem tudo para se tornar uma potência do design brasileiro e expandir seus negócios para outros Estados. Por outro lado, essa distância e esse isolamento acabam conferindo ao design da região uma cara de exclusividade. Você não vê os designers do sul e sudeste trabalhando com os materiais que vocês utilizam. É algo só daí. Isso só reforça o quanto devemos preservar e valorizar não só a floresta, mas quem vive nela

O trabalho de artesanato indígena é belo e muito forte, carregado de história e significado. Falo isso porque há 12 anos visito tribos no Acre e acompanho essa produção.

Por fim, o que mais você espera encontrar nessa sua vinda a Manaus?

Minha visita à capital amazonense também será uma ótima oportunidade de fazer novas conexões. Quero muito visitar a Galeria Amazônica e ficar de olho em possíveis nomes para levar a São Paulo, em março do ano que vem, na próxima feira que iremos participar, a Design Week. O trabalho de curadoria é assim, sempre de olho, sempre pesquisando.

 

 

 

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