sexta-feira, 26 abril, 2024
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Mistura de teatro, cinema e literatura: ‘Lua Vermelha’ será lançado no YouTube

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A atriz, diretora, roteirista, arte-educadora e jornalista Vanessa Pimentel, que possui mais de 25 anos de carreira no teatro, na televisão, publicidade e no cinema, decidiu transformar seus pensamentos e inquietações, oriundos da pandemia, em um produto cultural híbrido chamado ‘Lua Vermelha– Clarice: O caminho de dentro’, voltado para o feminino, o subjetivo, o oculto, com texto autoral e recortes de obras literárias da escritora Clarice Lispector.

A estreia ocorre no dia 10 de Dezembro (Sexta-Feira), às 20h00 (Manaus) e 21h00 (Brasília) via Youtube, com acesso gratuito.

Para assistir, acesse: https://bit.ly/youtubeluavermelha

Com roteiro e direção geral assinados pela artista Vanessa Pimentel (visceral em tudo o que faz) Lua Vermelha também é uma reflexão sobre a vida e o universo feminino (sagrado), fruto de um processo múltiplo de experimentações e re (descobertas) que converge, de uma forma sensível e muito particular, para a união de três linguagens artísticas, bastante familiares à atriz ao longo de toda a sua trajetória, que são, respectivamente, o teatro, o cinema e a literatura.

“Acredito que a produção de qualquer obra artística seja sempre um grande desafio, porém escrever, atuar e dirigir me proporcionou uma experiência de criar e realizar, de uma forma macro, não fragmentada, como é de costume, quando participo de projetos, apenas como atriz. Estou super ansiosa para compartilhar com o público tudo isso”. Afirma Vanessa.

Referências e Inspirações

“Minhas referências ao criar o Lua Vermelha tem muito haver com a minha paixão pelo cinema de arte, pela fotografia e outras estéticas. Desde o início, o meu objetivo foi construir uma obra artística que fosse antes de tudo, poética e imagética, e que eu pudesse imprimir, ao máximo, as minhas vivências com o Xamanismo, e também a pesquisa de Cias como o grupo Vertigem, de São Paulo, que dialoga diretamente com o espaço, isto é, com a geografia da cena, principalmente, quando nos remetemos à natureza e aos monumentos históricos em que a personagem está inserida, e também aos arquétipos femininos contidos na própria dramaturgia, que seja na minha ou na da escritora Clarice Lispector” Declara a diretora Vanessa Pimentel, que continua:

“Ainda sobre referências cinematográficas, posso dizer que sou apaixonada por cinema, em especial pelo Cinema Antigo, Clássico, Europeu, e tantos outros. Adoro a estética de diretores como o Ingmar Bergman em seus filmes intrigantes como “Persona “ e “Gritos e Sussurros”.

Quanto ao teatro ter uma linguagem híbrida, posso dizer que aprendi muito com o dramaturgo e diretor amazonense Francisco Carlos, pois a sua dramaturgia tinha muito dessa mistura de linguagens, como o teatro e cinema. Gosto bastante da proposta dele de encenação, da estética que ele conseguiu imprimir em seus trabalhos e também do modo como ele misturava antropologia com temas clássicos, épicos e contemporâneos, o que para mim, sempre foi genial.” Conclui.

Roteiro

Na obra, os textos (escritos por Vanessa Pimentel) são entrelaçados a recortes precisos de grandes obras da escritora Clarice Lispector, como “Perto do Coração Selvagem” (1943) e Água Viva (1973), e outras, e não só isso, pois, junto a essas obras também emergem muitos psiquismos, memórias, emoções e sentimentos, que, por vezes, permitem que história de uma (a da personagem) sirva à da outra (a da escritora), e o espectador, em meio a isso, no decorrer de cada ação, nem sempre saiba ao certo distinguir quem fala, pois a atmosfera que prevalece na narrativa, é a de mistério, suspense, e esse detalhe, torna tudo, ainda mais bonito e interessante.

“Como sou artista, do início ao fim, me permiti brincar com a possibilidade de unir ficção e realidade, para construir uma personagem, que ao poucos vai sendo transformada em uma divindade misteriosa capaz de ressurgir…” Revela Vanessa.

O roteiro é dividido em oito atos, extremamente poéticos e imagéticos, são eles: ‘Cinzas da Primavera’, ‘As faces de Eva’, ‘Obscuro Objeto do Desejo’, ‘Insustentável Leveza’, ‘Retratos e Memórias’, ‘Uma pálida sombra’, ‘Doce Vertigem’ e ‘O ópio da terra’.

Desafios de uma produção independente na pandemia

Antes de qualquer coisa, é importante destacar que o ’Lua Vermelha’ é uma obra de muita alma, coragem e paixão, e sobretudo, um ato de amor e resistência, pois, ser artista independente no Brasil não é algo fácil, e além disso, não se pode esquecer, que ainda há uma pandemia (lá fora) matando pessoas, e o teatro, os cinemas (em especial os que ainda sobrevivem fora do ‘mainstream’ (de distribuição convencional), e exibem filmes de arte para um público de pequeno porte) estão entre as representações artísticas que mais sofreram ao longo de todo o período de isolamento social, resultante do pico de ondas de proliferação por coronavírus (Covid-19) além das novas variantes e mutações, e tudo o que isso implica.

Vanessa conta que, ao longo do processo de pré e até mesmo de produção do projeto, além de seguir todos os protocolos recomendados pelas autoridades de saúde do país, por uma questão de segurança, também precisou reduzir sua equipe de trabalho (o que, por um lado foi extremamente desafiador) e por outro, possibilitou a ela, estar presente em diversos núcleos técnicos e criativos como estudo e pesquisa cênica, produção executiva, além de outros, mais específicos, como caracterização que inclui cabelo, figurino, maquiagem, entre outros, para que pudesse garantir assim, a atmosfera necessária para o florescimento da personagem. Um desafio, que felizmente foi superado pela artista e equipe gestora do projeto, que resultou em um produto cultural inovador, de muita qualidade e relevância artística, e que poderá ser conferido a partir do dia 10 de Dezembro no Youtube.

Uma declaração de amor à Manaus

O Híbrido ‘Lua Vermelha: Clarice- O caminho de dentro´ também é um ato de amor à Manaus, e um convite para redescobrir a cidade através do olhar mágico, poético, literário ritualístico e feminino, da personagem Clarice, que ao longo das cenas, passeia por inúmeros espaços, monumentos e equipamentos culturais como a Praça Dom Pedro II, localizada no Centro Histórico de Manaus; Praça Heliodoro Balbi, antiga ‘Praça da Polícia’; Palácio Rio Negro (área de jardim); Parque Senador Jefferson Peres e o Igarapé Água Branca, último igarapé limpo de Manaus, localizado no Bairro Tarumã, elencado pela diretora, como uma forma de homenagem à cultura e à Floresta Amazônica.

Sinopse

Uma escritora solitária e em crise, enquanto questiona-se sobre o real sentido da existência e reflete sobre as suas verdadeiras origens e memórias, revela sentimentos como medo, tristeza, solidão e angústia, além de um forte desejo de liberdade, que manifesta-se sempre, através da sua escrita poética, sensível, misteriosa e selvagem.

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