A cada ano que passa, as mulheres conquistam novos papéis na sociedade e caminham rumo ao protagonismo em diversos mercados de atuação. O empoderamento é um tema que vem tomando conta dos debates sociais hoje em dia, e é claro que, no Dia das Mulheres, ele não poderia deixar de estar em pauta.
Nesta data tão importante, comemorada nesta terça-feira, dia 8 de março, conversamos com mulheres de destaque no Amazonas para descobrirmos o que elas pensam sobre a data, qual a importância da comemoração e qual a mensagem para as demais mulheres do Estado. Com a palavra, elas:
Data histórica
Comemorada mundialmente, a data, na justiça brasileira, tem o objetivo, conforme a desembargadora Maria das Graças, de aumentar a efetividade na aplicação da Lei Maria da Penha agilizando o andamento de processos sobre violência de gênero.
“Conclamo a todos para se engajarem nesta campanha, denunciando este tipo de violência que segrega e destrói as famílias. As estatísticas de violência doméstica e familiar contra as mulheres não param de crescer. Apenas nos meses de janeiro e fevereiro de 2022 já foram distribuídos um total de 466 processos”, alertou a desembargadora.
Ambiente de trabalho inspirador
Em razão da conscientização desta data, a Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) busca promover um ambiente igualitário dentro da instituição, onde as mulheres possam desenvolver suas habilidades em prol da segurança pública do Estado. Sob o comando da delegada-geral Emília Ferraz, primeira mulher à frente da pasta, a PC-AM tem assegurado às policiais um ambiente de trabalho inspirador.
“O Estado que almejamos precisa estar além das diferenças de gênero. Carrego comigo muitas experiências que conquistei ao longo de 20 anos enquanto delegada. Ser a primeira a ocupar o cargo de delegada-geral da Polícia Civil do Amazonas é uma evolução para a instituição, e trabalho arduamente para que eu não seja a última. Neste 8 de março, almejo que as demais delegadas, investigadoras e escrivães sejam reconhecidas por seu trabalho”, salientou Emília.
Todas em uma
De acordo com a professora e consultora Angela Bulbol, comemorar o dia 8 de março é sinônimo de comemorar a integralidade. Para Bulbol, a mulher é a completude que junta todas as partes, emoções e capacidades em uma só pessoa.
“Negociadoras natas, ninguém como nós articula a diversidade de uma agenda que junta tudo, aqui e agora; família, trabalho, sonhos, cuidados e vaidades, sendo diferentes nos papéis e incondicionalmente iguais no amor a tudo isso!”, afirmou Bulbol.
Mulher na ciência
De acordo com dados do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), as mulheres constituem 43,7% dos pesquisadores científicos no Brasil; no entanto, menos de 10% dos membros de liderança na Academia Brasileira de Ciências é mulher. Para a farmacêutica e doutora em Biotecnologia, Ingrid Reis, representar essa área de pesquisa como mulher no Amazonas é gratificante. Ela avalia que os avanços nesse ramo têm ocorrido, no entanto, acredita que as mulheres podem ocupar mais vagas em espaços de comando.
“Acho que a mulher já tem alcançado bastante esse espaço, mas acredito que precise ainda mais desse incentivo, desse fomento da pesquisa científica feminina, que as mulheres consigam alcançar patamares maiores nesse segmento, estar à frente de grandes projetos, de grandes instituições científicas. Eu me sinto muito gratificada por estar recebendo esse apoio, esse incentivo, esse reconhecimento como mulher e pesquisadora na ciência no Brasil e no Amazonas”.
Espaços de poder
Para a economista e ex-deputada federal Rebecca Garcia, atual diretora da indústria GBR Componentes da Amazônia, a mulher está presente nos mais diversos espaços de poder, cabendo, à ela, portanto, escolher onde atuar.
“A mulher está cada vez mais presente nos espaços de poder, seja político, empresarial ou acadêmico. Contudo, a paridade de gênero ainda é um desafio em todo o mundo que precisamos vencer para a construção de uma sociedade justa e igual para todos”, destacou Garcia.
